Como podem parlamentares irem na contra mão dos interesses de todos os consumidores?

Como podem parlamentares irem na contra mão dos interesses de todos os consumidores?

A preocupação com os custos excessivos da energia no Brasil ganhou a agenda parlamentar nos últimos anos. Isso pelo menos é o que deputados e senadores não cansam de afirmar à mídia. O fato é que muitos deles estão simplesmente assumindo um papel de mentirosos.

Uma nova demonstração disso foi dada nesta semana, durante a audiência pública da Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado para discutir o projeto de lei das eólicas offshore.

Na oportunidade, diversos representantes do povo tiveram a audácia de defender “jabutis” incluídos no PL, como a prorrogação dos contratos de usinas a carvão mineral do Sul do país – usinas caras, poluentes e tecnicamente desnecessárias para o atendimento do setor elétrico brasileiro. Estudo desenvolvido pela PSR mostrou que apenas esse item pode ter um impacto da ordem de R$ 92 bilhões nas contas de energia dos brasileiros.

O estudo da consultoria mostra ainda que, no total, os jabutis incluídos no projeto, se

aprovados pelo Senado, terão um custo potencial de R$ 658 bilhões aos consumidores até 2050. Isso representa um aumento de 11% na conta de luz dos brasileiros, impactando diretamente o orçamento doméstico das famílias e as cadeias produtivas do país.

Evidentemente que a crítica não cabe a todos os parlamentares. De qualquer forma, os consumidores – e, particularmente, os eleitores – têm de ficar atentos a esse tipo de movimento na hora de votar: não podemos ter representantes cujas decisões favorecem lobbies específicos do setor de energia e vão totalmente na contramão dos interesses dos consumidores!